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Direitos autorais - Rodrigo Castilhos Heck. Tecnologia do Blogger.

Quem somos?

Esse blog tem intuito de difundir o batuque do Rio Grande do Sul. A base do blog é as pesquisar feitas por seu fundador, Rodrigo Heck. Cujo é Babalorixá da nação de Cabinda, e também cacique de Umbanda e Quimbandeiro. Os textos aqui publicados têm referencias bibliográficas de livros, internet e textos obtidos nos fóruns que o autor participa. Esse blog é aberto à discussão, e pedimos a colaboração de todos os amigos que visitarem que deixem seus comentários, sugestões e criticas, para que possamos melhor a cada dia nosso trabalho.

Jogo de búzios e cartas com hora marcada

Jogo de búzios e cartas com hora marcada

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domingo, 27 de junho de 2010

Quando trouxe as ervas da mata, é por que estava preparado.
De lá também trouxe a caça, a pesca e toda força que encontrei.
Por muito tempo de lá nunca sai, só a escutar o canto solitário dos pássaros.
Tudo, até mesmo o que não se mexia, explodia em vida.
Tudo tinha cheiro, tinha gosto, cor e alma.
Simplesmente a alma da vida.
Força é muito mais do que ter a pólvora na mão.
Força é saber ter e ver o brilho da alma.



Rodrigo Heck


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Minha idéia não é ridicularizar o que já está por todo ridicularizado. O intuito aqui é mostrar o que todos já sabem o que acontence em muitas igreja de cunho Evangelico. Por isso os irmão de fé devem se unir e não deixar o povo do Axé cair nas rodas de piadas ridicularizando com praticas oriundas de povo que tem suas origens na africa, cujo qual sofreu bastante para manter suas culturas. E acredito que não vai ser agora que iremos nos entregar e ridicularização e banilização que fazem através de leis sem nenhum fundamento, com unico intuito de nos agredir. Vejam como se desmacha macumba nesse vídeo.


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Me pediram para eu publicar as frentes mais utilizadas por nossa Goâ da Nação de Cabinda. Sei que em muitos outros locais pode-se achar material semelhante mas como foi solicitado, aqui está.








Nação de Cabinda


1. Comidas de frentes.

Bará Elegba - Milho torrado, amendoim torrado, feijão preto torrado, miamiã gordo, 07 bifes com epô, pimenta verde e pimenta da costa,07 cachimbos de taquara recheados com pimenta.

Bará Lodê - Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, 07 opetés de batatas ingleas cozidas sem casca.

Bará Lanã e Adague - Milhor torrado,pipoca, 07 batatas inglesas assadas.

Bará Agelú - Milho torrado claro, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, milho cozido(axoxó), 07 tiras de côco, balas de mel.

Ogum Avagã - Churrasco de costela de gado frita no epô, miamiã gordo (farinha de mandioca com Azeite de dende), 3 ou 5 pedaços de laranja azeda.

Ogum Onira / Olobedé / Adiolá - Churrasco de costela de gado frito no epô, miamiã gordo.

Iansã/ Oyá / Timboa / Dirã - Pipoca, 07 rodelas de batatas doce fritas no epô,1 batata doce assada, feijão miúdo cozido e refogado com azeite comum e tempero verde.

Xangô Aganju Ibeje - Amalá - Pirão com um pouco de farinha de milho grossa junto com carne de peito com osso frita no azeite comum, mostarda cozida só no bafo da panela da carne,depois que a mesma estiver frita,colocar 06 bananas da terra ou catarina, 01 maçã vermelha partida em 04 partes e 06 doces de massa.

Xangô Agandju e Agodô - Amalá sem doces.

Odé - Costela de porco frita no azeite comum, miamiã doce (farinha de mandioca com mel), folhas de alface que servirá de forro.

Otim - Costela de porco frita no azeite comum, miamiã doce, 08 de batata inglesa fritas no azeite comum.

Obá - Canjica amarela cozida,feijão miúdo cozido.Refogar a canjica e o feijão miúdo com epô e salsa.

Ossanha - Um opeté de batata inglesa cozida sem casca,mimiã gordo, 07 rodelas de ovo cozido, 07 pedaços de linguiça de porco, cágado feito de batata inglesa cozida sem casca e amassada.

Xapanã Jubeteí / Sapatá / Belujá - Milho torrado, feito torrado, amendoim torrado e pipoca. Para algumas qualidades de Sapatá servimos bífe de gado sem nervo e não batido, levemente passado no Epô fervente. Também servimos pé de moleque.

Oxum Epandá e Ibeje - Canjica amarela cozida e refogada com mel, 08 doces quindins, 03 ou 06 bananas da terra ou catarina.

Oxum Epandá - Canjica amarela cozida

Oxum Ademum - Canjica amarela cozida mistura com mel, e salsa picada, também acrescentamos quindins na conta da mãe. Outra frente seria couve manteiga partida fina, refogada com farinha de milho, gema de ovo cozido esmagado e misturado com a couve.

Oxum Olobá - Canjica amarela cozida e refogada com mel.

Oxum Adocô - Canjica amarela e canjica branca cozida misturada.

Iemanjá Bocí / Bomí - Canjica branca cozida refogada com salsa, enfeitada com 8 merengues, regado a mel.

Iemanjá Nanã Borocum - Canjica branca refogada com tempero verde e um pouquinho de sal.

Oxalá Obocum / Olocum / Dacum / Jobocum - Canjica branca cozida com 8 cocadas e regada a mel.

Oxalá Oromilaia - Canjica branca cozida, 04 ovos partidos cada um em dois pedaços ao comprido.


Rodrigo D' Xapanã Sapatá
A VERGONHA NA RELIGIÃO AFRO

                Quem não assistiu no programa “Balanço Geral” na Record, onde o Delegado Cleiton da Primeira DP de Viamão, explicando até constrangido a lista de um suposto batuqueiro? Bem irmãos de fé, eu assisti por duas vezes. Um certo freqüentador de uma “casa de religião”, foi preso neste município. Esta pessoa tinha uma lista, que o suposto “pai-de-santo”, havia lhe passado para fazer algumas compras. Se não falha a minha memória, a lista era a seguinte: um chapéu de palha, cigarros, um galo vermelho e um galo preto, velas, “pó branco”, “minhas pedras”, “minha maconha”.
                Para quem era o suposto feitiço? COITADO DO ZÉ PILINTRA, era para ele.
                Zé Pilintra foi um malandro de morro que usava terno branco, chapéu de palha e fumava cigarros. Segundo a lenda ele era um bem feitor aos pobres. Como se diz na gíria: deu para o Zé. A religião está acabando? Pode-se dizer que sim. Eu afirmo que sim. Não somos drogados e nossas listas apenas o necessário para alguém comprar. Quem pagou o pó e a pedra? Senhores não digo que somos santos, mas nossos vícios? Estão virando notícias em TV. Há drogados e ignorantes em nossos meios, falam de nós e com razão. Certo e errado. O Clero já levou pela pedofilia e nós? “Coisa de negro que liga com o “demo”.
                Aqui estou para deixar claro que este não é um dos nossos. Em nosso meio existe? É provável que sim, mas por favor em uma lista de trabalho ninguém merece. Vergonha  devemos ter vergonha. Devemos mostrar e pedir ao delegado o nome da criatura (mandante).
                Já existe na net, pessoas sendo fotografadas com obrigações na cabeça, onde nitidamente se vê o “axorô – sangue” em seu rosto. Se não me falha a mesma memória, não podemos nos olhar no espelho, ouvirmos músicas, falar em celular (tem exu que já atende) ou coisas assim.
                É o recolhimento para renascer. É o orixá que está em seu ori. Não está acabando? Filmes feitos em casa de pessoas fazendo rodas de batuque. Devemos aprender? Sim, mas eu seu ilê. DVD mal feito ensinará pessoas a dançar errado. Como também já vi Jurema ser coroada de olhos vendados, como cabra cega, para reconhecer epô do mel. Não deveria a Jurema conhecer ervas? Já imaginaram isso? Pois fica aqui a pergunta, pó, maconha, pedra, fazem parte do coitado do Zé? Não.
                Sinto nessas horas vergonhas dessas pessoas. Nossa religião é linda e está sendo chafurdada, por pessoas que se dizem prontas, quimbandeiros, batuqueiros e umbandistas idiotas. A religião é uma escola? É nela que conhecemos bons e péssimos professores. Os alunos acreditam.
                Atenção, se não unirmos forças MAIS PATIFES SURGIRÃO, MAIS PÉSSIMOS ALUNOS TEREMOS, MAIS PANINHOS BRANCOS ANDARÃO POR AÍ SEM SABER O POR QUE. Diga não a droga, na minha e na sua “goa” também. Axé
                Coitado do Zé, alupandê.

por Virgínia de Azevedo

Texto retirado do site Neandertal com autorização da autora do artigo Virgínia de Azevedo

domingo, 13 de junho de 2010

Como tenho recebido diversos pedidos de maneiras de abrir caminhos. E hoje é dia de Santo Antonio, que aqui no Rio Grande do Sul é o sincretismo Católico de Bará. Estou postando um Axé de Bará para abrir tudo que de alguma forma se encontre fechado.





Abertura de caminhos

Material:
7 batatas pequenas.
3 batatas média.
250gr de milho de galinha escolhido.
Pipocas estouradas.
Bandeja de papelão.
Papel de ceda vermelho.
7 velas vermelho ou branco.
Azeite de Dende. 

Preparo:

Dia da Semana: Segunda Feira.
Tempo bom sem chuva.

Assar as sete batatas de modo que elas não fiquem muito escuras. Da mesma maneira por o milho escolhido para assar dentro de uma panela comum, para o milho deve-se ter o cuidado de mexer para não torrar, e quando mexer utilizar uma colher de pau e faze-lo em movimentos circulares no sentido horário. 
As três batatas médias devem ser cozidas até o ponto de se poder fazer um purê. Fazer um purê de batatas e moldar com elas um chave. Montar na bandeja com o papel vermelho e em cima a chave, ao lado por o milho já frio em cima do milho as batatas assadas e no lado oposto as pipocas estouradas. 
Levar a bandeja a um cruzeiro junto com os pedidos escritos em uma folha de papel. No canto do cruzeiro acender as velas, arriar a bandeja e por por cima umas gotas de azeite de dende. Fazer os pedidos a Bará. Logo após se retirar do cruzeiro dando sete passos para trás.

Tenham um bom Axé.
Rodrigo D' Xapanã Sapatá

sábado, 12 de junho de 2010




Batuque é uma Religião Afro-brasileira de culto aos Orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do SulBrasil, de onde se estendeu para os países vizinhos tais como Uruguai e Argentina.
Batuque









Princípios Básicos
Deus
Ketu | Olorum | Orixás
Jeje | Mawu | Vodun
Bantu | Nzambi | Nkisi

































Batuque é fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações JêjeIjexáOyó,Cabinda e Nagô.

Índice

 [esconder]


História


A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século XIX, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de Pelotas e Rio Grande para Capital. Lembrando sempre que a língua usada é a Yoruba
Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação Ijexá, proveniente daNigéria, e dá lastro as outras nações como o Jêje do Daomé, hoje BenimCabinda (enclave Angolano) eOyó, também, da região da Nigéria. O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo daescravidão. Um dos principais representantes do Batuque foi o Príncipe Custódio de Xapanã. O nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará. É da Junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:

  • Ijexá — Paulino de Oxalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapanã), Jovita de Xangô; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogum, Estela de Yemanjá, Ondina de Xapanã, Ormira de Xangô, Pedro de Yemanjá,Pai Tuia de Bará,Pai Tita de Xangô; Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Xapanã, Mãe Rita de Xangô Aganju,entre outros.
  • Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de xapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Nicola de Xangô, Mãe Moça de Oxum, Miguela de Xangô, Acimar de Xangô, Toninho de Xangô e Tim de Ogum, entre outros.
  • Jêje — Mãe Chininha de Xangô, Príncipe Custódio de Xapanã, João Correa de Lima (Joãozinho do Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Zé da Saia do Sobô, Loreno do Ogum, Nica do Bará, Alzira de Xangô, Pai Pirica de Xangô;Mãe Dada de Xangô; Leda de Xangô; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Xangô, Pai Vinícius de Oxalá entre outros.
  • Cabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romário de Oxalá, Pai Gabriel da Oxum,Mãe Marlene de Oxum, Pai Cleon de Oxalá, Pai Mário da Oxum, Pai Nazário do Bará, entre outros.
As entidades cultuadas são as mesmas em quase todos terreiros, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. O Ijexá é atualmente a nação predominante, encontra-se associado aos rituais de todas nações.


Crenças

Filhos de santo
O batuque é uma religião onde se cultuam vários Orixás, oriundos de várias partes da África, e suas forças estão em parte dentro dos terreiros, onde permanecem seus assentamentos e na maior parte na natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc., onde também invocamos as vibrações de nossos Orixás.
Todo ser humano nasce sob a influencia de um Orixá, e em sua vida terá as vibrações e a proteção deste Orixá que está naturalmente vinculado e rege seu destino, com características individuais, em que o Orixá exige sua dedicação, onde este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um Babalorixá ou Iyalorixá.
Há uma questão de ordem etmológica no Termo Pará, onde afirma-se ser este o outro nome pelo qual é conhecido o Batuque, ora sabe-se que todo frequentador de Terreiros chama na verdade o Peji ou quarto-de-santo de Pará e não o ritual sagrado dos Orixás, este sim o Batuque. Esta questão já está dimensionada desde os anos 50, nas pesquisas etnográficas de Roger Bastide sobre a Religião Africana no Rio Grande do Sul. São consideradas Religiões afro-brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas Religiões tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos escravos.
As Religiões afro-brasileiras são relacionadas com a Religião Yorubá e outras Religiões africanas, e diferentes das Religiões Afro-Caribenhas como a Santeria e o Vodu.


Orixás

Roupas da cor dos Orixás e fios de contas
O culto, no Batuque, é feito exclusivamente aos Orixás, sendo o Bará o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, e encontra-se seu assentamento em todos os terreiros, no Candomblé o chamam de Exú.
Entre os Orixás não há hierarquia, um não é mais importante do que o outro, eles simplesmente se completam cada um com determinadas funções dentro do culto. Os principais Orixás cultuados são: BaráOgumOiá-IansãXangôIbeji (que tem seu ritual ligado ao culto de Xangô e Oxum), OdéOtimObaOsanhaXapanãOxumIemanjáOxalá e Orunmilá (ligado ao culto de Oxalá).
E há também divindades que nem todas nações cultuam como: Legba, Gama (ligada ao culto de Xapanã), Zína, Zambirá e Xanguín (qualidade rara de Bará) que só os mais antigos tem conhecimentos suficientes para fazer seus rituais.


Templos


No Rio Grande do Sul a área de conservação das religiões africanas vai de litoral à fronteira do Uruguai, com os dois grandes centros dePelotas e de Porto Alegre.

No batuque, os templos terreiros são quase que em sua totalidade vinculados as casas de moradia. É destinado um cômodo, geralmente na parte da frente da construção onde são colocados os assentamentos dos Orixás. Neste local são feitos todos os fundamentos de imolações e trabalhos determinados, oferendas para os Orixás, e o local é considerado sagrado, pessoas vestidas de preto, mulheres em dias de menstruação não entram. Junto a esta parte da casa, chamada de quarto de Santo ou Peji, há o salão onde são realizadas as festas para osOrixás.
O estado do Rio Grande do Sul foi o maior responsável pela exportação dos rituais africanos para outros países da América do Sul, entre elesUruguai e Argentina, que também procuram seguir a maneira de cultuar os Orixás, e a construção dos templos seguem exemplos dos seussacerdotes.
Todos os Orixás são montados com ferramentas, Okutás (pedras) etc. e permanecem dentro da mesma casa, com exceção do Bará Lodê e do Ogum Avagãn, que tem seus assentamentos numa casa separada, ficando à frente do templo onde recebem suas oferendas e sacrifícios. A casa dos Eguns também tem lugar definido, é uma construção separada da casa principal, na parte dos fundos do terreiro, onde são feitos diversos rituais.
Em caso de falecimento do Babalorixá ou Iyalorixá, dono do terreiro, fica a critério da família o destino do templo, geralmente não tendo um familiar que possa suceder o morto o templo é fechado. Na maioria dos casos na morte de um sacerdote, todas as obrigações são despachadas num ritual especifico chamado de Eresum, semelhante ao Axexê do Candomblé, por este motivo é muito difícil encontrar ilês (casas) com mais de 60 anos, são muito poucos os sacerdotes que destinam seus axés a um sucessor, para dar prosseguimento à raiz.


Rituais

Os rituais são próprios e originais e embora tenha alguma semelhança com o "Xangô de Pernambuco", é muito diferente do Candomblé da Bahia.
Os rituais de Jêje tem suas rezas próprias (fon), e ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre, as danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há também muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó que se aproxima muito do ijexá, já que, estas duas provem de regiões próximas na Nigéria.
A principal característica do ritual do Batuque é o fato do iniciado não poder saber em hipótese alguma que foi possuído pelo seu Orixa, sob pena de ficar louco.
Cada Babalorixá ou Iyalorixá tem autonomia na prática de seus rituais, não existem nomenclaturas de cargos como tem no Candomblé, exercem plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações.
No mínimo uma vez por ano são feitos homenagens com toques para os Orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos Orixás, cabritoscabrascarneirosporcosovelhas, acompanhados de aves como galosgalinhas e pombos.
Esta obrigação serve para homenagear o Orixá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio templo. A data é geralmente a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orixá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que antigamente duravam 32 dias de obrigações, hoje diante das dificuldades duram no máximo 16. O começo de tudo são as limpezas de corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividade; em seguida são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orixás por inteiro até o final dos rituais. No dia do serão (dia da obrigação de matança), todos Orixás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques.
No dia da festa o salão é enfeitado com as cores dos Orixás homenageados. A abertura se dá com a chamada (invocação aos Orixás), feita pelo sacerdote em frente ao peji (quarto de santo), usando a sineta (adjá), saudando todos Orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dança em louvor aos Orixás, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características.
No final das cerimônias são distribuídos os mercados, (bandejas contendo todo tipo de culinária dos Orixás como: acarajé, axoxó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.), alguns consomem ali mesmo, outros levam para comer em casa.
Durante a semana são feitos outros rituais de fundamentos para os Orixás, inclusive a matança de peixe, que para os batuqueiros significa fartura e prosperidade, os peixes oferecidos são da qualidade Jundiá e Pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso.
No sábado seguinte é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque, novamente em homenagem aos Orixás, neste dia são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos Orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes, que fazem parte da família religiosa, para baterem cabeça em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.


Egun

No Batuque também temos a parte dos rituais destinados ao culto dos Eguns. Este é um ritual cheio de magia e segredos onde poucos sacerdotes têm o completo domínio.
A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado Balê.
Aos Eguns também são oferecidos sacrifícios de animais, e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões.
Os Eguns, assim como os Orixás, tem suas rezas (cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de tambores frouxos e com o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).
Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.


Sacerdócio

babalorixá ou Iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos filhos de santo, que durante um certo período de tempo aprenderão todos os rituais para preservação dos cultos.
O sacerdote chefe deve passar aos futuros Pais ou Mães de Santo, todos os segredos referente aos rituais tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução de trabalhos e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.
Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo.
O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de Orixás com menos de sete anos de feitura, e os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem, já que os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais, a melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros.
A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de Orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.


Retirado do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Batuque