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Esse blog tem intuito de difundir o batuque do Rio Grande do Sul. A base do blog é as pesquisar feitas por seu fundador, Rodrigo Heck. Cujo é Babalorixá da nação de Cabinda, e também cacique de Umbanda e Quimbandeiro. Os textos aqui publicados têm referencias bibliográficas de livros, internet e textos obtidos nos fóruns que o autor participa. Esse blog é aberto à discussão, e pedimos a colaboração de todos os amigos que visitarem que deixem seus comentários, sugestões e criticas, para que possamos melhor a cada dia nosso trabalho.

Jogo de búzios e cartas com hora marcada

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Esse artigo foi publicado no site Neandertal em resposta ao texto da Virginia de Oxalá. Acompanhe nossos textos tanto aqui no GanLabí como também no neandertal.com.br.


Virginia, irei escrever meu texto com base no que escreveste.



Vou falar um pouco de Egun, Axexé, Balé, e outras coisas referentes ao culto dos ancestrais.
Vou fazer ressalvas para o seguinte. A concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vida e ambas não se separam. Ou seja, nossa vida religiosa somente tem significado quando tudo termina e nesse momento se faz um novo começo. Por esse motivo que se deve ter respeito e principalmente se deve conhecer os rituais fúnebres de nossa religião, rito tão importante para o religioso africano pois somente após esse ritual que se dará como terminada a vida religiosa aqui no Àiyé (mundo - Terra) e se começará a nova vida no Òrun (Mundo espiritual).

O povo do santo “o Batuqueiro”, mistificou por demais esse ser, o “Egun”, causando até mesmo medo nas pessoas. Contudo, esse medo que se estabelece, distância os religiosos do ritual mais importante da religião, o ritual de desligamento do Àiyé e a passagem para o Òrun. As pessoas que ainda detém o conhecimento dos rituais fúnebres devem passar para seus descendentes religiosos, pois somente assim que fará a proliferação do Axé. Por isso fica o toque da Virginia sobre o Atété (cânticos para Egun), que como vai se aprender se ninguém ensinar. E com isso vai se perdendo a verdadeira essência da religião.

Egún ou Egúngún, são espíritos dos mortos ancestrais, tanto pode ser da família, como de antepassados da Religião Africana (espíritos de desencarnados de nossa Gôa religiosa). O culto aos mortos não é de exclusividade do povo africano. Ele faz parte de quase todas as civilizações. São muitas as culturas que fazem ritos parecidos com os praticados por nos (Batuqueiros). Ritos esses, que são praticados com intuito de fazer com que o espírito do desencarnado seja recebido de braços abertos pelo mundo espiritual. Por isso no ritual são servidos inúmeros pratos com as mais diversas comidas, fumos, bebidas e muitas outras coisas que acompanham esse ritual, para que o espírito receba um grande banquete de celebração no Òrun (mundo espiritual).

Falando um pouco do Balé.

Ygbàlè ou também como é conhecido Balé, é a casa dos mortos. Casa essa que é estabelecida em uma construção dentro do pátio do centro religioso. Local esse que serve como base para os assentamentos, que são chamados de idi-egungun, estes são elementos que individualizam e identificam o Egun ali cultuado. E oojubô-babá, que é um buraco feito diretamente na terra é onde são colocadas as oferendas e sacrifícios para o Egun ali assentado.
Virginia, quando citaste um buraco feito no mato, possivelmente se refere a um ritual praticado por pessoas que não possuem seu Igbàlè, pois ai sim se abre um buraco próprio para se fazer o sacrifício e encaminhamento do Egun. Pois do contrario tudo é feito no Igbàlè, até mesmo o dano, pois lá já se encontra o buraco.

Mito de Egun

Na cidade de Oyó um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ‘ihobia’, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede.
Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo. Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça  em sua casa.
 Desesperado, correu ao babalaô que jogou Ifá para ele. O sacerdote disse que ele se acalmasse, e que após o 17º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada atori e fazer um bastão (assim é feito o ixã). Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam.
Mas ele também não poderia esquecer-se de antes fazer certos sacrifícios e oferendas. Assim ele o fez; seus filhos apareceram.
Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou à cidade.
Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos. Desse dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos a outras pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente sua condição de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai (ojubô), no mesmo local do primeiro encontro (igbo igbalé), ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e guardadas as roupas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão. Seguindo o pacto e as instruções do babalaô, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o 17º dia, pais e filhos para sempre se encontraram.
E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer. Esta lenda é rica em detalhes, nos explica vários ritos e títulos utilizados no culto.

Considerações: Nosso trabalho escrevendo esses artigos não visa nenhuma forma de ganhar dinheiro, como foi nos colocado por e-mail. Até por que, eu, não viso usufruir de nossa religião com fins lucrativos. O que viso é divulgar meu estabelecimento comercial. Pois esse sim é, meu ganha pão.

Agradeço a todos que leem e principalmente aos que colaboram, com criticas, sugestões ou referencias para enriquecer nosso conhecimento. Como um bom aprendiz, sei que nunca aprenderei o suficiente por isso nunca desistirei de aprender.

Um Axé a todos.
Rodrigo D’ Xapanã Sapatá


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