De acordo com Cristiane, há pouco mais de um ano que o Centro de Umbanda Caboclo Pajelança atua na rua Adolfo Ziemann. Os cultos no terreiro ocorrem todos os sábados, das 19 horas até as 22h30, diz. “Não faço cultos em dias de semana para não atrapalhar os vizinhos”, alega. Mas na PM, há registro de vizinhos descontentes com o barulho. “Da primeira vez que a PM apareceu aqui, conseguimos resolver na conversa. No segunda, fui detida e encaminhada para a delegacia. No sábado, 12 policiais invadiram o centro, utilizando armas de choque, duas escopetas e pistolas. Meu filho de 17 anos foi algemado e jogado no camburão, como se fosse um bandido”, conta a mãe de santo.
Um professor 45 anos acrescenta que o policial responsável pela operação escolheu aleatoriamente as pessoas que seriam presas. Frequentador do local, um empresário de 27 anos foi um dos “escolhidos” com Cristiane e o adolescente. O trio foi liberado duas horas depois. “Temos leis que protegem os cultos religiosos. Eles não podem simplesmente nos prender”, ressalta o empresário.
O que diz a PM |
De acordo com o soldado Jean Rudolf, responsável pela assessoria de imprensa da PM de Jaraguá, o 14º Batalhão irá apurar a denúncia feita na corregedoria na tarde de ontem pela mãe de santo Cristiane de Oliveira. O processo pode demorar 40 dias para ficar pronto. “Se for confirmado o abuso de poder, será aberto uma sindicância interna”, acrescenta. Rudolf afirma que assim que chegaram as denúncias no sábado de perturbação do sossego, às 19 horas de sábado, quatro viaturas foram enviadas para o terreiro de umbanda para tentar uma conversação. “Os policiais bateram na porta, a sirene foi ligada e até os chamamos pelo megafone. Mas como não houve resposta, foi necessária a invasão para confirmar o flagrante”, afirma. O soldado também diz que o centro de umbanda tem liberdade de celebrar o culto. “Mas o direito deles termina onde começa o direito do outro. Não podem perturbar o sossego alheio”, orienta. O soldado ainda acrescenta que assim que a Polícia Civil pedir informações sobre o caso, todas as ligações do 190 que pediam a interferência da polícia durante o culto serão anexadas ao inquérito. |
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